Reconhecer constrangimentos e espaços de liberdade pessoal
1. Identificar situações de autonomia e responsabilidades partilhadas.
2. Compreender as dimensões inerentes à construção e manutenção do bem comum: Bem individual vs. Bem público na comunidade.
3. Explicar situações de liberdade e responsabilidade pessoal.
Aos 14 anos terminei o 2º ano que era a escolaridade obrigatória e comecei a trabalhar, o vencimento que na altura ia auferir não era muito significativo para o orçamento familiar e para o bom funcionamento da nossa casa.
Durante alguns meses entregava o vencimento inteiro à minha mãe, para ela o orientar e ia-lhe pedindo as coisas que necessitava. Como mais tarde pensei em comprar uma motorizada chegamos a um acordo de só lhe entregar parte do vencimento que dizia respeito as minhas despesas mensais da alimentação.
Assim fiquei mais independente e consciente do valor do dinheiro, pois geria a parte que me restava do meu vencimento de acordo com as minhas necessidades e a futura compra.
Passados quatro anos consegui juntar boa quantia em dinheiro que já me permitia dar uma entrada para a dita motorizada, mas, como já estava com 18 anos numa reunião familiar resolvemos que o melhor era ir tirar a carta e aproveitar o desconto do cartão jovem que era significativo na altura, mas com a promessa que eu pagava a carta de ligeiros e os meus pais pagavam a carta de pesados e mota.
Passado alguns anos já com a moto comprada e vendida e com as cartas tiradas o dinheiro não abunda, mas consigo ter o pagamento de contas mensais em dia tais como a mensalidade ao banco, água, luz, gás, alimentação e vestuário para duas pessoas, tenho que gerir o meu vencimento que deixou de ir integralmente para os meus gastos individuais e passou a ser administrado em função das prioridades próprias a uma vida em comum. Ainda assim, e com alguns recursos livres, nunca abdiquei de pelo menos dois em dois meses ir ao Porto, passar uns dias com a família e amigos de infância.